Mais de 1.230 mineiros moçambicanos que trabalhavam na vizinha África do Sul, diagnosticados com tuberculose e silicose nos últimos três anos, receberam 26.9 milhões de randes em indemnizações, no quadro da assistência pós-laboral.
O presidente da Associação dos Mineiros Moçambicanos (AMIMO), Moisés Uamusse, revela que outros 1.122 antigos trabalhadores aguardam resultados dos testes de raios X.
Os dados foram tornados públicos quarta-feira na cerimónia de entrega de cestas básicas a 500 ex-mineiros e familiares de trabalhadores perecidos, residentes nas províncias meridionais de Maputo e Gaza, doados pela mineradora Anglo Platinum.
O evento foi orientado pelo vice-ministro do Trabalho e Segurança Social (MITSS), Rolinho Farnela.
Na sua intervenção, segundo o “Notícias”, Uamusse disse que a agremiação está a fazer o mapeamento dos moçambicanos no sector mineiro para facilitar a identificação e pagamento de benefícios sociais acumulados nas seguradoras sul-africanas.
“Os mineiros têm direito à assistência médica pós-laboral, devendo efectuar testes bienais de raios X, com o objectivo de aferir a evolução de doenças ocupacionais como a tuberculose e silicose e posterior indemnizações”, explicou.
O vice-ministro disse, na ocasião, que o Governo continua a privilegiar parcerias com diversas entidades para garantir assistência aos mineiros e respectivas famílias, para além de estabelecer projectos de geração de renda.
“Esperamos que, com estes produtos, os beneficiários reduzam a vulnerabilidade às contaminações pela Covid-19. Pedimos que os idosos, as nossas bibliotecas vivas, sejam difusores de mensagens visando travar a propagação da pandemia”, vincou.
Farnela revelou que mais de 3 mil mineiros regressaram da África do Sul, aquando da decisão do Governo deste país de decretar o lockdown, estando em curso conversações para a retorno faseado aos seus postos de trabalho.
“Estamos a aprofundar a nossa diplomacia para que haja uma assistência aos moçambicanos residentes na RAS. Sabemos que a situação epidemiológica neste país é complicada, mas o apelo que fazemos é que haja atenção aos nacionais. Até agora, 600 mineiros retomaram os seus postos e outros seguirão nos próximos dias”, acrescentou.
(AIM)
FF